"Uma original e ambiciosa história sobre seres humanos e abelhas" - Klassekampen
Bom caros amigos é a primeira vez que faço uma resenha de um
livro, então perdoem se eu acabar descrevendo a mais que deveria.
Quando vi o lançamento do livro e algumas páginas sobre Meio
Ambiente e sobre abelhas em geral começou a divulgar o livro logo bateu a
curiosidade de ler. E realmente não me decepcionou nem um pouquinho por se
tratar de uma, ou melhor, três historias fantásticas que me prenderam do inicio
ao fim.
Mas quero começar pela autora!!
"Uma autora debutante que tem a coragem de criar uma história épica e ainda abordar um tema atual e provocante não é algo que você vê todos os dias" - Aftenposten
Maja Lunde é autora e roteirista norueguesa, é casada e tem três
filhos. Possui mestrado em Mídia e Comunicação pela Universidade de Oslo
(cidade de mesmo nome onde reside). Maja é autora de vários livros infanto-juvenis
e Tudo que deixamos para trás é seu primeiro livro adulto, e á foi vendido para
mais de 25 países. Para escrever o livro a autora buscou orientação
profissional de historiadores, especialista em cultura chinesa, um médico e
claro pessoas ligadas diretamente a apicultura, inclusive dos EUA. Utilizou
também outras fontes autorais internacionais e documentários.
O livro foi vencedor do Prêmio Norwegian Bookseller´s Prize
2015
A autora esteve ao Brasil para o lançamento do livro
Sobre o livro:
Somos apresentados á três personagens que formam o enredo do
livro, cada um com uma história distinta mas que ao final somos surpreendidos
pela ligação entre eles.
Começamos com Tao, uma chinesa casada que tem um filhinho
que desenvolve boa parte da história do livro; ela mora no Distrito 242,
Shirong, Sichuan em 2098 na China. Tão trabalha com polinização manual - nesse
futuro quase todas as abelhas no mundo já desapareceram, o colapso da colméia chegou
a níveis estratosféricos, parte da população mundial morreu de fome e o mundo
se tornou um ambiente hostil. Tao sonha em dar um futuro melhor ao seu filhinho
Wei Wen. O trabalho de polinizador só poderia ser feito por mulheres e ainda
assim muito magras utilizando penas de galinha desenvolvidas cientificamente
para esse fim. Outros meio de tentativas de polinizar com alguns insetos como
moscas se mostraram ineficazes. Ao desenrolar da historia de Tao descobrimos
uma pequena esperança de nem tudo pode estar perdido em relação as abelhas (o
resto é spoiler, paramos por aqui)!
Conheceremos agora William, sua história nos leva ao passado
para a Inglaterra, mais especificadamente em Maryville, Hertfordshire - 1852.
Um personagem pra ter pena! William é um biólogo frustrado com a vida, com a família
e com a profissão. Deprimido e acamado passa os dias ouvindo do lado de fora do
quarto a vida passar sem ter ânimo para se reerguer-se. Somos apresentados a
sua enorme família, esposa e 8 filhos, 7 meninas e 1 rapaz; mas com destaque
para Charlotte a mais velha que terá um papel muito importante na trama.
William tem verdadeira adoração á seu antigo amigo e mestre em biologia Rahm
que também é em parte grande causador de sua depressão. William é nutrido por
uma força sublime em começar um novo projeto que acredita ele elevar o nome de
sua família - um modelo novo de colméia, que facilitará o manejo com as
abelhas, observação e retirada do mel. E, então ele se levanta e vai á luta!!
Por ultimo conhecemos George um apicultor que trabalha não
com vendas de mel, mas com abelhas criadas para polinizar plantações (o que
sinceramente eu não sabia que existia). George mora nos EUA em Autumn Hill,
Ohio - 2007. George deposita sua confiança e otimismo em seu único filho Tom,
com quem se decepcionará mais tarde por não querer assumir a fazenda e as
abelhas do pai. George é um apicultor médio com 324 colméias, e sempre foi
cuidadoso com cada uma delas construindo ele mesmo suas próprias colméias com
um modelo que a matriarca da família havia trazido do outro lado do oceano, e
chegando ao EUA começou com três colméias. George já ouvira falar do CCD -
Colony Collapse Disorder mas elas ainda era um caso pouco comentado e não havia
chegado á suas abelhas.
Mais do que a temática das abelhas o livro é uma poderosa
demonstração de relacionamentos familiares principalmente entre pais e filhos.
Como amante da natureza ou não é um livro que precisa ser lido e passado para
frente.
"Complexo e extraordinariamente bem escrito. [...] O melhor de tudo é o núcleo filosófico do livro, que defende que o bem-estar dos seres humanos e, talvez, a sobrevivência da nossa espécie, dependa da capacidade de lutar contra a nossa própria natureza." - Svenska Dagbladet
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